Nova ilha, nova vida. Nem por isso, pois começamos logo a pedir boleia, e, como já era costume por aqui, estávamos dentro de um carro em 5 minutos. Já no nosso alojamento, pegamos nuns caiaques e remamos até ao motu Iriru. Os motus são pequenos ilhéus, geralmente com algumas palmeiras, praias paradisíacas, recifes e pouco mais. Ao passarmos o recife que o rodeava entramos no areal, onde uma enorme raia despertou com a sombra do nosso barco e deslizou ao nosso lado à procura de um novo sítio onde poderia dormir descansada. No recife encontramos como sempre milhares de peixes, mas desta vez também uma enorme concha com dois pequenos olhos curiosos a espreitar. Deixamo-la em paz depois de tirar algumas fotos, e fizemos o caminho de volta com o sol a pôr-se por cima das montanhas de Raiatea. O mar escureceu e ficou com um brilho oleoso na superfície. Os últimos raios de sol batiam na água do mar, a qual os refletia arroxeados e alaranjados, fazia lembrar mercúrio liquido. Outra imagem para a Microsoft.


No dia seguinte visitamos o Marae, um local famoso pelos sacrifícios humanos que lá ocorreram, mas que era muito mais que isso, como viemos a descobrir mais tarde. O Marae de Raiatea é o principal de todas as ilhas do Pacífico, e serviu como local de reuniões e festividades para vários povos do Pacífico, desde o Vanuatu, às Fiji, Hawaii e até Nova Zelândia. Ainda hoje pessoas do Hawaii atravessam o oceano em barcos tradicionais, a remo e vela, para celebrar a união das ilhas, como há centenas de anos atrás, milhares talvez! Para fazer um novo Marae num local diferente é preciso levar um pedaço da pedra sagrada deste. Depois da aula de História, fomos procurar as aves locais e fazer um pequeno trilho que nos levaria a uma vista do Marae. No topo da colina apreciamos a vista, e pouco depois, como que uma bênção dos deuses, um pombo verde voou na nossa direção! Esta é uma espécie endémica desta ilha que já procurávamos há algum tempo. Interpretamos o sinal como um bom presságio, e pouco depois estávamos novamente a apanhar boleia de volta para casa, desta vez de um senhor que trabalhava no Marae. Com um último mergulho no recife à porta de casa, estávamos prontos para dormir, pois no dia seguinte tínhamos outra travessia para fazer, desta vez em direcção à famosa Bora Bora.


--------------------------------------------------------------------------------


New island, new life. Not really, because we immediately started asking for a ride, and, as usual, we were in a car within 5 minutes. Once at our accommodation, we took some kayaks and paddled to the motu Iriru. Motus are small islets, usually with a few palm trees, paradisiacal beaches, reefs and not much else. As we passed the reef that surrounded it a huge stingray woke up from its slumber and slid next to us looking for a new place where it could rest. On the reef, we found thousands of fish, but this time we also came across a huge shell with two small curious eyes peeking out. We left it alone after taking some pictures and made our way back as the sun was setting over the mountains of Raiatea. The sea darkened and had an oily sheen on the surface. The last rays of sunlight hit the seawater, which reflected them in a purple and orange colour, reminiscent of liquid mercury. Another image for Microsoft.


The next day we visited the Marae, a place famous for the human sacrifices that took place there, but it was much more than that, as we discovered later. The Marae of Raiatea is the main one of all the Pacific islands and served as a place of meetings and festivities for various Pacific peoples, from Vanuatu to Fiji, Hawaii and even New Zealand. Even today, people from Hawaii cross the ocean in traditional boats, rowing and sailing, to celebrate the union of the islands, just like hundreds of years ago, thousands perhaps! To make a new Marae in a different location, you need to take a piece of its sacred stone. After the History class, we went looking for local birds and followed a small trail that would take us to a view of the Marae. At the top of the small hill, we enjoyed the view, and shortly after, as if a blessing from the gods, a green pigeon flew towards us! This is an endemic species of this island that we have been looking for for some time. We interpreted the sign as a good omen, and shortly afterwards we were catching a ride back home again, this time from a man who worked at the Marae. With one last dive on the reef outside our house, we were ready to sleep, as the next day we had another crossing to make, this time towards the famous Bora Bora.